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terça-feira, 6 de junho de 2017

A GERAÇÃO DE PRAGAS

Parte 25

O ORGULHO DE UM GIGANTE

E.5.: 1793, 6/2 VER.

Vila das 3 pilastras (próximo do grande reino dos gigantes)

Três dias se estenderam na viagem lenta até o vilarejo do qual Idash havia falado. Os feridos sendo arrastados pelo dinotouro – que são os equivalentes dos gigantes aos cavalos dos pequenos – do gigante em uma maca improvisada faziam com que o ritmo da viagem fosse lento. À medida que se afastavam da floresta das mil lágrimas as arvores colossais iam dando espaço a grandes planícies cobertas de pastagem.
O sol já se punha e uma chuva intensa – que parecia uma garoa se comparada à chuva que viram na floresta – tomara seu lugar quando finalmente conseguiram avistar as luzes do vilarejo. Ao chegarem mais perto, perceberam que as luzes não eram tochas, mas sim as casas pegando fogo. Os habitantes todos alvoroçados correndo de um lado para outro; ajudando os feridos; tentando apagar o fogo; e tentando armar uma defesa contra alguma coisa.
— Fiquem aqui e protejam os feridos. – Disse Idash ao ver a cena. Pegou a espada e o escudo, acenou que sim para Tina e correu para a vila. Ele correu até os guardas que tentavam a todo custo apagar o fogo. – O que aconteceu aqui? – Antes que alguém pudesse responder, uma rajada de fogo iluminou o céu, ateando fogo ao redor da vila. O barulho auto de bater de asas indicava algo grande. Mais uma rajada e fechou-se o cerco, ilhando os moradores que se abrigavam desesperados embaixo de qualquer coisa tentando proteger as mulheres e crianças que sobraram. Mais uma vez o som de asas batendo se fez ouvir. Lentamente algo veio descendo do céu até pousar na pilastra gigantesca na entrada da vila.  – Um dragão! Será que eu encontrei a minha batalha final?– disse com um sorriso falso no rosto ao ver o que teria que enfrentar – De todo modo parece que só fiquei eu entre você e a vida dessas pessoas! – Disse acomodando o escudo no antebraço esquerdo ao ver o quão amedrontados estavam aqueles gigantes.
Os Dragões geralmente ficam nas montanhas e só saem de lá pra caçar na floresta das mil lágrimas, em parte devido ao tamanho das presas lá encontradas e em parte pelo espaço entre as arvores e galhos não atrapalharem o bater de suas grandes asas. Ataques a vilas ocorrem sim, mas muito raramente e quase nunca lançam chamas, gostam de comer carne fresca. Só cospem fogo quando estão ameaçados.
O rugido ensurdecedor deixou bem claro a fúria do animal. Um pequeno impulso e lá se foi o dragão ao ar novamente. Todos escondidos, o alvo era claramente Idash que se mantinha firme e imponente como um gigante orgulhoso que era. O animal bateu asas numa velocidade que desafiava o próprio tamanho em direção ao gigante. Idash se firmou em posição de batalha e preparou o golpe, porem imediatamente o dragão alçou o vôo para cima sumindo na escuridão do céu esfumaçado. Alguns segundos depois, a fera deu um mergulho silencioso na direção do oponente, lançando uma bola de fogo esmagadora. Idash estava concentrado e habilmente se esquivou da morte que teria ao ser atingido por aquela monstruosidade de fogo que queimava até a chuva que caia forte. Agora com o dragão voando baixo, era possível vê-lo e imediatamente e com uma precisão de um arqueiro lançou o escudo com a força que tinha na direção do bicho, acertando certeiramente na junta da asa esquerda. O animal foi ao chão ainda mais furioso e agora com a dor de uma asa inutilizada. Agora teria que lidar com a fera no chão onde tinha certa vantagem, porém ainda era um desafio e tanto.
— Me dê tudo o que você tem fera. Você verá do que é feito um gigante de verdade. – Comentou ao ver a besta em fúria cair em meio aos escombros que ela mesma produziu.
O animal sacudiu a poeira a partiu a galopes para mais um ataque feroz contra Idash. A boca se abriu num bote que o gigante já esperava, mas antes que conseguisse cravar os dentes em sua barriga, Idash lhe acertou um golpe de espada bem no meio da cabeça, não o suficiente para cortar a couraça extremamente poderosa, mas fazendo o bicho recuar a cabeça com o impacto e tão rápido quanto o ataque, o dragão deu meia volta dando uma chicotada com a calda que pegou em cheio no gigante jogando-o contra uma casa em chamas que despencou em cima dele com o impacto.
O fogo do dragão era poderoso, e queimava mesmo em meio à chuva intensa que ainda caia. O ataque da fera causou mais dano do que Idash poderia imaginar. Sua cabeça sangrava enquanto os escombros flamejantes queimavam o seu corpo quase nu. Antes que pudesse se recompor, uma bola de fogo o atingiu em cheio jogando-o ainda mais longe. De repente algo parou a trajetória do corpo do gigante, num rompante seco. Idash estava seriamente ferido e já estava quase perdendo a consciência, mas quando viu aquele rosto, se forçou a ficar lúcido um pouco mais.
— V-você não devia estar aqui. – exprimiu Idash em uma fala ensanguentada.
— Você lutou bem meu amigo. Seu orgulho será honrado. Eu assumirei a luta daqui em diante. – começou a andar em direção ao dragão – LIBERUM REX. – Saindo das chamas com determinação no olhar Katro liberou seu poder selado, para recompor uma vez mais o orgulho daqueles gigantes amedrontados e vingar a derrota do amigo guerreiro.  Uma esfera de Aura roxa apareceu em seu punho, mas diferente de quando feito em Tantrum a esfera tinha o dobro do tamanho, rapidamente envolveu seu braço e dali se estendeu rapidamente até formar uma armadura roxa como uma seda semitransparente e firme como aço.
O dragão baforou labaredas pelas ventas, e lançou uma bola de fogo mortal contra Katro que caminhava firmemente sem se importar com o que vinha em sua direção. O ataque do dragão o atingiu em cheio causando uma explosão de fogo e morte, mas em meio as chamas a silueta de Katro ainda caminhava firmemente na direção do animal descontrolado. A fera começou a bater as asas suspendendo seu corpo do chão até sumir mais uma vez no céu enegrecido pelas nuvens e pela fumaça. Logo veio um rasante e uma rajada de fogo que atingiu mais uma vez o gigante de armadura.
— Gigantes são guerreiros de natureza, e você tenta sub-julgar nosso espírito orgulhoso. – dizia Katro recebendo todo o fogo do dragão enquanto o via vir em sua direção, soprando fogo de boca aberta pronto para abocanhá-lo em seguida – Aprenda uma coisa dragão... – a fera abocanhou o gigante, e num impacto seco, como se mordesse uma rocha, parou subitamente, os dentes não conseguiam penetrar a armadura de aura. O punho direito começou a brilhar levemente. O dragão percebendo o perigo tentou se soltar, mas Katro segurava firmemente a presa da fera com a mão esquerda. – nem o fogo do inferno pode queimar o orgulho de um GIGANTEEEEE. – Katro gritou com a ira de todos os gigantes derrotados ali, dando um soco com um poder extraordinário, esmagando o crânio do dragão em um buraco cada vez maior pelo impacto do orgulho gigante materializado.
Todos os gigantes começaram a sair debaixo de escombros admirando aquele gigante sair do buraco vitorioso.  

*E.5.: Era dos 5
*1793: ano
*3/2: 6° dias da 2° quinzena
* VER.: Verão



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