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terça-feira, 6 de junho de 2017

A GERAÇÃO DE PRAGAS

Parte 4

                     ORGULHO E HONRA

E.5.: 1793, 13/1 VER.

Tantrum (extremo oeste do território mágico)



Gigantes são orgulhosos de sua força. Preferem a morte em batalha, sem misericórdia.
— Rrrrraaaaaaaaa... – Gritou Katro com os dedos da mão esquerda cruzados e apontando para o oponente, enquanto cerrava o punho da mão direita e armava o golpe.
  Os olhos agora se voltavam ao gigante. Os músculos monstruosamente grandes se contraiam, quando na frente do seu punho surgiu uma esfera roxa que envolveu o punho cerrado e logo o braço todo em um formato de armadura.
— Posso morrer aqui, mas antes você vai ver do que um gigante de verdade é capaz. – Gritou Katro, desferindo o golpe que rasgava o vento, sobre o oponente agora próximo dele.
  O comandante ergueu a mão esquerda em defesa, parando o ataque do rapaz sem o mover do lugar. O impacto do golpe bloqueado gerou uma cratera ainda maior do que a que Daro estava, e uma onda de choque que lançou ao longe vários dos soldados mais próximos da batalha, no entanto Tina permanecera no mesmo lugar protegida pelo "PROTECTUM" que Katro conjurou com a mão esquerda. Antes mesmo de a poeira baixar, ou os soldados lançados ao longe se levantarem, veio o segundo impacto, seguido de um leve recuo do braço do cavaleiro. Mais soldados foram jogados dessa vez, na mesma proporção que a cratera aumentou de tamanho. O terceiro impacto foi o mais pesado, fazendo o comandante reagisse antes do quarto, já que a força do impacto dobrava a cada golpe. O comandante então, com o braço esquerdo já quase cedendo à pressão do golpe, levantou a espada apontando para o ombro direito do gigante, e logo um disparo avermelhado como a espada foi lançado como um raio. O sangue jorrou do ombro do gigante, e logo o seu braço perdeu um o movimento, mas não foi o suficiente para o comandante, que apontou a arma para o céu e logo a abaixou, e com o gesto um gigantesco pilar de aura vermelho desceu sobre o gigante debilitado, que foi ao chão tão rápido quanto o sumiço do pilar ao atingi-lo.
— Mas olha só! Até que você deu bastante trabalho. – disse o cavaleiro desapontado pelo fim da luta – Hora de dar a vez à próxima não é mesmo gigante? – Falou agora caminhando para Tina ainda inerte e sem acreditar em tudo o que acontecia diante de seus olhos.
— Rrrrr ora seu... – tentou chamar a atenção do comandante de volta para si – Não esperava ter que usar isso dessa forma, mas é preciso. –Pensou Katro.
— Lib... – Antes que Katro terminasse de dizer uma só palavra, o cavaleiro desapareceu de perto dele e reapareceu diante de Tina com a espada já apontada para ela.

               Droga, não vai dar tempo.




...





— Katrooo – Gritou o gigantesco homem interrompendo o próximo golpe do garoto.
— Sim pai. – suspendeu o ataque se virando para o gigante de pé atrás dele.
— E a rocha? – Questionou.
— Tenho certeza que já posso destruir uma com o dobro desse tamanho. – Respondeu o garoto orgulhoso da própria força.
— Não esperava menos de você. Mas e o vaso de água? – Questionou de novo querendo mais.
— Já foram 15. – Disse o garoto abaixando a cabeça envergonhado.
— Então você já teria matado a princesa 15 vezes! – rosnou o homem dando-lhe uma bronca – Trabalhe mais no seu PROTECTUM. Você será o primeiro gigante guardião de uma princesa, você será o gigante trará a gloria de volta a nossa raça filho.
— Não vou te decepcionar pai. – Assentiu o garoto.
— Eu sei que não, por isso amanhã vou te ensinar a técnica suprema do nosso clã. Você está preparado?
—  Eu sou Katro Sazion, primogênito de Bartro Sazion... Eu já nasci pronto!– Disse o garoto orgulhoso e confiante com a responsabilidade.


...



  O homem de armadura investiu contra Tina antes que Katro esboçasse alguma reação. No segundo seguinte a espada ensanguentada atravessada num corpo quase sem vida.

      Essa foi por pouco.


 Daro de braços abertos a frente de Tina recebera o golpe, que atravessara seu peito. Um silêncio mortal agora dominava o campo de batalha. O comandante não hesitou e retirou a espada que parecia imaculada já que sua cor era o puro sangue. Daro caiu nos braços de Tina quase sem vida, molhando-lhe o colo de sangue.
 O comandante ignorou a interrupção, e dessa vez investiu com ainda mais determinação; a espada parou a poucos centímetros da face da garota, os olhos de Tina ficaram brancos e vagos como de alguém em coma profundo; enquanto o comandante se deliciava com a sensação de não acertar o alvo. Katro encontrou a brecha perfeita, saltando pra cima do comandante e dando-lhe um soco esmagador com o braço esquerdo, logo depois sendo jogado pra longe pelo oficial nada satisfeito em receber o golpe surpresa, e antes mesmo que ele pudesse contra-atacar a surpresa, ele dobrou o joelho e se apoiou no chão.

            Mais que droga Tina!

  Tina levitava alguns centímetros do chão, enquanto absorvia a aura do comandante enquanto ele começava a suar como se estivesse em uma sauna, mas mesmo com todo o seu poder no máximo, o monstruoso cavaleiro resistia com muita aura. De repente, tão rápido quanto despertara, o poder de Tina sumiu, e junto com ele sua consciência. Nada satisfeito o comandante ofegante com a perda de muito do seu poder, mas ainda imponente, armou o golpe com tanta fúria que as veias de sua testa pareciam que iam explodir. O balançar da espada fez o corte avermelhado sair voando em direção a Tina e Daro caídos, cortando o chão e mostrando sua trajetória. Quando a poeira abaixou um pouco é que se tornou visível que o corte não atingira Tina e Daro, ao invés disso, um selo de amarrações meio trincado os protegendo. A expressão de ira no rosto do comandante se fez ainda mais elevada.
— Pensei que tivesse acabado com você gigante!– Proferiu o homem se voltando para Katro ainda no chão.

  O escudo quase transparente se desfez com um vento que soprou a poeira nos soldados ao redor. O ar em volta do corpo de Daro parecia querer pegar fogo, e uma fumaça saia do seu corpo como se confirmasse a alternativa. O corpo foi se erguendo como se estivesse sendo puxado por cordas lentamente até ficar de pé. O olho esquerdo de Daro agora ostentava dois traços negros que cruzavam bem no centro da íris. Daro levantou o braço revelando a marca em sua mão, e assim que a marca brilhou, a espada prateada voltou à mão do dono, e ao tocar na mão de Daro, lentamente foi revelando inscrições.

      Mais que diabos é você!


— Mas como? Os Trax não podem fazer magia! – Questionou o comandante querendo saber como um Trax podia usar magia, e ainda mais com uma aura tão elevada assim.
— Katro, leve a Tina daqui agora mesmo. Lembra do que eu disse antes? Apenas corra. – Ordenou Daro ignorando o questionamento do cavaleiro.
— Aberração dos infernos! Como ousa me ignorar? Responda... O que diabos você é? – Bufou o comandante ainda mais furioso, porém se mantendo alerta ao perigo eminente.







*E.5.: Era dos 5
*1793: ano
*13/1: 13° dia da 1° quinzena

*VER.: verão

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