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terça-feira, 6 de junho de 2017

A GERAÇÃO DE PRAGAS

Parte 24

A FLORESTA DAS MIL LAGRIMAS

E.5.: 1793, 3/2 VER.

Floresta das mil lágrimas (próximo do grande reino dos gigantes)

— Tina! – Bis gritou com a felicidade de uma criança correndo para os braços da mãe. Jogou-se nos peitos de Tina abraçando-a e esfregando o rosto em seus seios de forma nada inocente.  – Você está ferida, espera um pouco que eu dou um jeito nisso. – Ao proferir essas palavras, imediatamente os ferimentos de Tina foram se fechando sem deixar sequer uma cicatriz.
— Como você fez isso? – Tina indagou ao perceber que não sentia mais dor ou cansaço.
— É fácil! Mas não conta pros dois ali. – apontou com a cabeça pra Daro e Katro desmaiados no chão – Vão ficar me pedindo pra curar qualquer feridinha, e isso cansa.
— Biis! –Tina horrorizou-se com o descaso de Kalebs. O garoto não fazia noção da gravidade da situação — Eles estavam quase morrendo.
— Morrendo nada, Daro não morreria assim tão fácil, e eu não gosto do grandão, ele é chato. – Bis se apressou em se justificar. O gigante que via toda a cena começou a rir. Era um grupo bastante inusitado esse que o companheiro gigante se meteu.
Antes que Tina pudesse se apresentar ao gigante benfeitor que acabara de salvar a vida de Daro e de seu guardião, uma enorme quantidade de água desabou ali perto, o que acabou fazendo um buraco e espalhando lama pra tudo que é lado. Logo em seguida mais uma tonelada de água despencou do céu.
— O que foi isso? – Tina começou a se desesperar. Nunca havia visto tamanha quantidade  de água cair do céu. Só vinha a mente uma cachoeira pelo volume.
— Parece que vai chover! – Idash falou de forma corriqueira fazendo parecer algo comum.

...

 O barulho era similar ao de uma cachoeira, só que muito mais intenso. Se Idash não tivesse armado sua barraca e abrigado os jovens, com certeza estariam em sérios apuros. Já durava algum tempo e Idash se mantinha em êxtase sentindo os espasmos involuntários devido à ajuda de antes. Todos se mantinham em silêncio, até Bis disparar as perguntas.
— Que tipo de Chuva é essa? Você também encolhe como o grandão? Porque você o ajudou? – Bis não aguentou manter a língua dentro da boca. Embora Tina tenha ficado um pouco constrangida com a naturalidade e informalidade com que Bis perguntou, ela não interveio já que ela mesma também queria saber tais respostas.  O gigante Idash saiu de seus pensamentos com uma breve risada, ao ver o quão curioso era o pequeno e insignificante serzinho a sua frente.
— Vocês não fazem a menor idéia de onde estão não é? – Idash indagou esquecendo um pouco cansaço.  Tina e Bis fizeram que não. — Esta é a floresta das mil lagrimas que rodeia o grande reino de Brokenfel. – disse abrindo os braços.
— Brokenfel? Estamos no território dos gigantes? – Tina perguntou perplexa. A não muito tempo estavam no território mágico.
— Como é que vocês vieram parar no território dos gigantes sem saber como chegaram aqui? Estamos quase no meio do território e não se lembram de como entraram!
— Essa é nova pra mim. O máximo que eu vi Daro conseguir saltar foi umas dez léguas. – Bis comentou pensativo.
— Vocês estão a muito mais que isso de distância de qualquer outro território. – Idash reafirmou.
— E você também encolhe como ele? – Bis continuou com o interrogatório ignorando totalmente a relevância do que conversavam. — E por que você ajudou ele?
— Eu, me encolher? – ele riu – Gigantes são gigantes, nós não encolhemos. – Idash encarou como uma piada.
— Ele encolhe. – Bis refutou a afirmação do gigante apontando para Katro.
—Quem são vocês? – O gigante parou de rir e os analisou seriamente por uns instantes.
— Mercadores... de itens raros. – Tina se adiantou dando uma leve hesitada, mas logo completou com voz mais firme, antes de Bis falar de mais. Mesmo estando aparentemente muito distante do território mágico não dava pra saber até onde a notícia tinha se espalhado.
— Mercadores? – Idash repetiu olhando para Tina e logo depois voltando o olhar para Bis procurando por alguma hesitação – E onde está a carga de vocês? – Provocou.
— Infelizmente ladrões nos encurralaram, e enquanto lutávamos por nossa carga, de repente acordamos aqui. – Tina se esforçou em ser convincente.
— Ladrões? Fizeram vocês todos virem parar no meio do território dos gigantes só para tomar a carga de vocês? – Idash continuou a provocação.
— De certo que descobriram o valor da carga e contrataram alguns mercenários de Anárquia. Tínhamos itens raros de todos os territórios, valia uma fortuna. – Continuou com a versão.
— Ta certo. Não acreditei em uma só palavra do que você disse, mas tudo bem, se não querem dizer quem são devem ter seus motivos. – O gigante concordou que era melhor nem saber, fazendo com que Tina acenasse positivamente com a cabeça — Perto daqui há uma vila que dizem ser receptiva a pequenos. Vou deixá-los lá, onde o guerreiro gigante e também o outro poderão receber os devidos cuidados. E de lá cada um segue seu caminho. – Finalizou com um aceno de cabeça correspondido por Tina e Bis.

*E.5.: Era dos 5
*1793: ano
*3/2: 3° dias da 2° quinzena
* VER.: Verão



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