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terça-feira, 6 de junho de 2017

A GERAÇÃO DE PRAGAS

Parte 20

O FUTURO DE TURDÁLIA: Takar começa agir

E.5.: 1793, 4/2 VER.
Turdália(leste do território humano) 


— O mestre mandou me chamar. – Disse o homem gordo com cara de assustado, aos dois soldados que faziam guarda a porta da masmorra.
— Lá embaixo. – Respondeu rispidamente um dos homens entregando-lhe uma tocha, enquanto o outro destrancava a porta. O rechonchudo homem assustado segurou a tocha com as duas mãos e respirou fundo antes dar o primeiro passo porta adentro. Ao entrar a porta se fechou num rompante e o barulho das chaves logo indicou a tranca.
Duas tochas reluziam indicando o inicio da escadaria. O homem engoliu a seco, ascendeu à tocha em suas mãos e deu inicio a descida. Quanto mais adentrava, mais espessa a escuridão e a umidade se faziam. De repente um grito de agonia como se de um animal sendo abatido que lhe arrepiou até a espinha. Mais e mais degraus, pareciam não ter fim. Um tinir de ferro batendo começou a ser ouvido cada vez mais forte. A tocha começou a tremer em sua mão e os passos diminuíram o ritmo quase como se relutassem em ir adiante.
— Dizem... – a fala foi interrompida por mais uma batida de metal com metal – Que os “miúdos” enxergam melhor do que ninguém no escuro. – Finalizou com repulsa na voz.
— Muitos “dizem”...  Poucos “sabem”, meu Príncipe. – O homem gordo quase se cagando, consegue dizer.
— Muito bem dito, conselheiro Dilga! Então diga-me agora, o que sabe o senhor da comunicação com os Elfos? Já faz meses... – e mais uma vez a fala é interrompida pelo barulho agora com um grito de agonia de alguém apunhalado. Dilga deu mais um passo e estendeu a tocha que logo revelou o príncipe ensanguentado, rodeado de Anões abatidos – Que eu lhe dei essa missão. – Finalizou retirando a espada pintada de vermelho, do corpo do Anão sem vida.
— Então você conspira com os orelhudos! – ecoou uma voz grave e ofegante – Eu devia ter imaginado – Dilga chegou mais perto deixando a luz revelar o pequeno e robusto Anão. No mesmo instante ele franziu o sobrolho com o desconforto da luz, e deu uma cusparada de sangue, deixando evidente o quanto já havia sido surrado.
— Não se atenha pela presença desse rato conselheiro Dilga. Qual a situação da comunicação com os Elfos? – Voltou a questionar o homem gordo agora aterrorizado com a cena, e ignorando totalmente o Anão moribundo.
— E ainda age com superioridade. Não vai demorar muito até o rei Tharandir descobrir a sua traição, e ai... Bem, você será massacrado por “ratos”. – disse partindo para cima do príncipe com ira nos olhos, mas antes que pudesse esboçar um golpe a espada do oponente já lhe atravessara o peito, fazendo-o cair de joelhos no chão – Só lamento não poder ver a sua queda! – Foram as ultimas palavras do anão antes da vida deixar seu corpo.
— Dilga, pensei ter dito para você me relatar sobre a missão que eu lhe dei. – Repetiu mais uma vez o príncipe banhado de vermelho.
— Já é muito difícil conseguir algum mensageiro que consiga passar por Anárquia sem problemas, e ainda tem a questão dos Druidas que cuidam das fronteiras Elficas não permitirem a entrada com as suas magias que fazem os mensageiros se perderem e muitos sequer conseguem voltar. – Dilga tentou se explicar o máximo que pode.
— Em suma, você não consegue cumprir a missão que eu lhe incumbi. – O príncipe corrige limpando sua espada na roupa do conselheiro e o olhando de forma sugestiva.
Passos começaram a estalar escada acima. Três... Quatro... Não, cinco pessoas pelo menos. Os olhos do conselheiro começavam a transparecer o medo aterrorizante que sentia. Logo a luz de tochas se aproximando se fizeram visíveis, e em seguida quatro outros homens apareceram descendo a escadaria em direção ao príncipe e Dilga, e logo atrás os escoltando, dois guardas.
— Que bom que todos atenderam o meu chamado! Vamos conversar um pouco sobre o futuro de Turdália.

*E.5.: Era dos 5
*1793: ano
*4/2: 4° dias da 2° quinzena
* VER.: Verão


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