Parte 20
O
FUTURO DE TURDÁLIA: Takar começa agir
E.5.: 1793, 4/2 VER.
Turdália(leste
do território humano)
— O mestre mandou me
chamar. – Disse o homem gordo com cara de assustado, aos dois soldados que
faziam guarda a porta da masmorra.
— Lá embaixo. –
Respondeu rispidamente um dos homens entregando-lhe uma tocha, enquanto o outro
destrancava a porta. O rechonchudo homem assustado segurou a tocha com as duas
mãos e respirou fundo antes dar o primeiro passo porta adentro. Ao entrar a porta
se fechou num rompante e o barulho das chaves logo indicou a tranca.
Duas tochas reluziam
indicando o inicio da escadaria. O homem engoliu a seco, ascendeu à tocha em
suas mãos e deu inicio a descida. Quanto mais adentrava, mais espessa a
escuridão e a umidade se faziam. De repente um grito de agonia como se de um
animal sendo abatido que lhe arrepiou até a espinha. Mais e mais degraus,
pareciam não ter fim. Um tinir de ferro batendo começou a ser ouvido cada vez
mais forte. A tocha começou a tremer em sua mão e os passos diminuíram o ritmo
quase como se relutassem em ir adiante.
— Dizem... – a fala foi
interrompida por mais uma batida de metal com metal – Que os “miúdos” enxergam
melhor do que ninguém no escuro. – Finalizou com repulsa na voz.
— Muitos “dizem”... Poucos “sabem”, meu Príncipe. – O homem gordo
quase se cagando, consegue dizer.
— Muito bem dito,
conselheiro Dilga! Então diga-me agora, o que sabe o senhor da comunicação com
os Elfos? Já faz meses... – e mais uma vez a fala é interrompida pelo barulho
agora com um grito de agonia de alguém apunhalado. Dilga deu mais um passo e
estendeu a tocha que logo revelou o príncipe ensanguentado, rodeado de Anões
abatidos – Que eu lhe dei essa missão. – Finalizou retirando a espada pintada
de vermelho, do corpo do Anão sem vida.
— Então você conspira
com os orelhudos! – ecoou uma voz grave e ofegante – Eu devia ter imaginado –
Dilga chegou mais perto deixando a luz revelar o pequeno e robusto Anão. No
mesmo instante ele franziu o sobrolho com o desconforto da luz, e deu uma
cusparada de sangue, deixando evidente o quanto já havia sido surrado.
— Não se atenha pela
presença desse rato conselheiro Dilga. Qual a situação da comunicação com os
Elfos? – Voltou a questionar o homem gordo agora aterrorizado com a cena, e
ignorando totalmente o Anão moribundo.
— E ainda age com
superioridade. Não vai demorar muito até o rei Tharandir descobrir a sua
traição, e ai... Bem, você será massacrado por “ratos”. – disse partindo para
cima do príncipe com ira nos olhos, mas antes que pudesse esboçar um golpe a
espada do oponente já lhe atravessara o peito, fazendo-o cair de joelhos no
chão – Só lamento não poder ver a sua queda! – Foram as ultimas palavras do
anão antes da vida deixar seu corpo.
— Dilga, pensei ter
dito para você me relatar sobre a missão que eu lhe dei. – Repetiu mais uma vez
o príncipe banhado de vermelho.
— Já é muito difícil
conseguir algum mensageiro que consiga passar por Anárquia sem problemas, e
ainda tem a questão dos Druidas que cuidam das fronteiras Elficas não
permitirem a entrada com as suas magias que fazem os mensageiros se perderem e
muitos sequer conseguem voltar. – Dilga tentou se explicar o máximo que pode.
— Em suma, você não
consegue cumprir a missão que eu lhe incumbi. – O príncipe corrige limpando sua
espada na roupa do conselheiro e o olhando de forma sugestiva.
Passos começaram a
estalar escada acima. Três... Quatro... Não, cinco pessoas pelo menos. Os olhos
do conselheiro começavam a transparecer o medo aterrorizante que sentia. Logo a
luz de tochas se aproximando se fizeram visíveis, e em seguida quatro outros
homens apareceram descendo a escadaria em direção ao príncipe e Dilga, e logo
atrás os escoltando, dois guardas.
— Que bom que todos
atenderam o meu chamado! Vamos conversar um pouco sobre o futuro de Turdália.
*E.5.:
Era dos 5
*1793:
ano
*4/2:
4° dias da 2° quinzena
*
VER.: Verão
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