Chegouuuuuuuuu! O tão sonhado 1K no whattpad pessoal. Tenho que agradecer a todos vocês que me ajudaram a alcançar essa marca. Pra alguns parece muito pouco, mas pra mim é realmente muito importante. É claro que temos mais de 2K de visualizações aqui no Blogger, mas lá é onde eu tenho mais contato com todos vocês. Então, Muito obrigado de coração.
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quarta-feira, 7 de junho de 2017
terça-feira, 6 de junho de 2017
**MENSAGEM/PEDIDO AOS LEITORES**
Quem tiver gostado do que leu até aqui, ajude na divulgação. É muito fácil. O livro está disponível para leitura no wattpad, onde eu atualizo com muito mais frequência, então vocês verão tudo com muito mais velocidade do que no blogger. Não se esqueçam de votar, comentar e compartilhar. O voto de vocês é o que me indica que estão gostando.
OBRIGADOOO.
A GERAÇÃO DE PRAGAS
Parte 26
VELHOS
SENTIMENTOS
E.5.: 1793, 6/2 VER.
Vila das 3 pilastras (próximo do
grande reino dos gigantes)
A chuva continuava a
cair. Katro arrastou o dragão para fora
do buraco que seu golpe abriu no chão para onde todos pudessem ver. Ele
continuava em pé frente à fera abatida enquanto os gigantes remanescentes se
aproximavam pasmos e curiosos. Quem era aquele gigante que acabara de salvar a
vila? Assim que a multidão se aglomerou ao redor de Katro ele levantou o punho
em vitória e deu um urro estrondoso, e logo os aldeões repetiram o gesto num
coro estrondoso. No instante seguinte a aura roxa se desfez. Katro perdeu os
sentidos imediatamente e tombou para trás, mas antes de cair Idash o segurou.
— Falar tudo isso sobre
o orgulho gigante e cair em seguida não é uma boa finalização. – disse Idash em
voz baixa – Mas foi uma boa luta meu amigo. Uma boa luta.
...
O sol raiava ao som de
machados; marretas e talhadeiras. A vila começava a se reerguer aos poucos. As
crianças remexiam os escombros a procura de qualquer coisa não danificada pelo
fogo. As mulheres se dividiam em preparar a comida e ajudar os feridos,
enquanto que os homens caçavam e cortavam arvores para reconstruir as casas.
— Parece que eu fui
atropelado por um exercito. – Disse Katro ao acordar com uma baita dor de
cabeça.
— Vai com calma, você
ainda não está curado. – A gigante se apressou em alertar.
— Quem é você? – Katro
questionou meio rude.
— Mhrisnova – respondeu
abaixando cabeça em cumprimento – Fui encarregada de cuidar de você.
— Então
"Mhrisnova"... – disse galante –Você vai cuidar de mim!– Terminou
avaliando o corpo da jovem com um olhar minucioso e ansioso pra conhecer o
corpo de uma gigante. (Já é bastante difícil manter o corpo reduzido no
dia-a-dia, imagine fazendo sexo com uma pequena) Só de imaginar já sentia
comichões nas calças.
— Tenha mais respeito
com a anfitriã. – Tina ordenou ao adentrar no recinto.
— Então não terei o
cuidado de que preciso – Katro retrucou inconformado.
— Não se preocupe Tina,
nem que ele estivesse em sua melhor forma daria conta de uma Craust. –
Mhrisnova rebateu imediatamente, olhando sugestivamente para Katro
desconcertado.
— Basta Mhrisnova, não
torture nosso salvador. – Disse o velho gigante careca e de barba grande branca
como a neve, escorado em um cajado de apoio ao adentrar na tenda. Ela concordou
com a cabeça e se retirou. – Poderia nos dar um momento senhorita Tina. – Ela olhou
para os dois curiosa sobre o que conversariam que precisava que ela saísse, mas
por fim fez que sim com a cabeça e se retirou.
O velho caminhou até um
banco velho e sentou-se com um pouco de dificuldade frente a Katro. Ficaram se
olhando fixamente por alguns instantes até Katro começar a ficar sem graça.
— Não vai dizer o que
quer comigo?–Katro logo perdeu a paciência.
— Ainda estou decidindo
se você é idiota ou o que.
— Então veio aqui para
me insultar? – Katro questionou tentando manter o respeito com o velho.
— Na verdade não!
Hahaha... Embora tenha um pouco de graça nisso. – O velho se explicou entre
alguns sorrisos.
— Qual é a graça nisso?
Por que não me diz logo o que de uma vez? – Katro questionou, já sem paciência
e não se importando mais tanto com a
cortesia.
— A graça meu jovem, é
pelo que ainda está por vir.– explicou –Fico empolgado só de imaginar o rumo
que a sua vida vai tomar daqui em diante. – Completou serrando os punhos quase
não se contendo de empolgação.
— Há é? É que rumo
seria esse? – Katro insistiu sem impaciente e estranhando toda aquela conversa
inútil.
— Haa você verá...
Todos os reinos verão. Mas agora o mais importante é saber, por que você está
servindo a um dos pequenos como se fosse um cachorrinho obediente? – O velho
questionou agora com um semblante de seriedade.
— Com todo respeito
senhor, mas não é da sua conta. – Katro respondeu se esquivando do rumo daquela
conversa.
— Hôôô isso tem muito a
ver comigo. Sendo você, filho de quem acho que é, isso tem a ver com todos os
gigantes.– O velho provocou com um olhar incisivo, causando desconforto e
desconfiança da parte de Katro.
— Quem é você? – Katro
questionou desconfiado.
— Eu? Eu treinei seu
avô, seu tio e seu pai, mas foi me tirada a honra de treinar você. Eu fui o
guardião/braço direito da casa Sazion, Guros Craust, líder do clã Craust – o
velho se levantou, e ajoelhou-se perante Katro – e fiel ao verdadeiro herdeiro
do trono.
— Pare com isso.
Levante-se logo antes que alguém veja. – Katro ordenou inquieto, com medo que
alguém visse a cena – O senhor está me confundindo com alguém. Levante logo. –
Katro finalizou se esquivando.
— Não há engano algum.
Eu reconheceria aquele poder em qualquer lugar. – O velho Guros insistiu com um
sorriso na face – Você é Katro Sazion, filho de Batro Sazion, rei de todos os
gigantes. – Finalizou o velho com um pouco de empolgação, enquanto Katro ficava
cada vez mais sério.
— Você está gaga velho.
– disse Katro de cabeça baixa.
— Eu sabia. Seu pai
finalmente resolveu voltar ao trono. Sempre soubemos que o sumiço do seu pai
tinha sido um golpe. Vamos devolver o trono a quem é de direito... Você.
— Você não sabe do que
está falando velho. Você não sabe de nada.
*E.5.:
Era dos 5
*1793:
ano
*3/2:
6° dias da 2° quinzena
*
VER.: Verão
A GERAÇÃO DE PRAGAS
Parte 25
O
ORGULHO DE UM GIGANTE
E.5.: 1793, 6/2 VER.
Vila das 3 pilastras (próximo do
grande reino dos gigantes)
Três dias se estenderam
na viagem lenta até o vilarejo do qual Idash havia falado. Os feridos sendo
arrastados pelo dinotouro – que são os equivalentes dos gigantes aos cavalos
dos pequenos – do gigante em uma maca improvisada faziam com que o ritmo da
viagem fosse lento. À medida que se afastavam da floresta das mil lágrimas as
arvores colossais iam dando espaço a grandes planícies cobertas de pastagem.
O sol já se punha e uma
chuva intensa – que parecia uma garoa se comparada à chuva que viram na
floresta – tomara seu lugar quando finalmente conseguiram avistar as luzes do
vilarejo. Ao chegarem mais perto, perceberam que as luzes não eram tochas, mas
sim as casas pegando fogo. Os habitantes todos alvoroçados correndo de um lado
para outro; ajudando os feridos; tentando apagar o fogo; e tentando armar uma
defesa contra alguma coisa.
— Fiquem aqui e
protejam os feridos. – Disse Idash ao ver a cena. Pegou a espada e o escudo,
acenou que sim para Tina e correu para a vila. Ele correu até os guardas que
tentavam a todo custo apagar o fogo. – O que aconteceu aqui? – Antes que alguém
pudesse responder, uma rajada de fogo iluminou o céu, ateando fogo ao redor da
vila. O barulho auto de bater de asas indicava algo grande. Mais uma rajada e
fechou-se o cerco, ilhando os moradores que se abrigavam desesperados embaixo
de qualquer coisa tentando proteger as mulheres e crianças que sobraram. Mais
uma vez o som de asas batendo se fez ouvir. Lentamente algo veio descendo do
céu até pousar na pilastra gigantesca na entrada da vila. – Um dragão! Será que eu encontrei a minha
batalha final?– disse com um sorriso falso no rosto ao ver o que teria que
enfrentar – De todo modo parece que só fiquei eu entre você e a vida dessas
pessoas! – Disse acomodando o escudo no antebraço esquerdo ao ver o quão
amedrontados estavam aqueles gigantes.
Os Dragões geralmente
ficam nas montanhas e só saem de lá pra caçar na floresta das mil lágrimas, em
parte devido ao tamanho das presas lá encontradas e em parte pelo espaço entre
as arvores e galhos não atrapalharem o bater de suas grandes asas. Ataques a
vilas ocorrem sim, mas muito raramente e quase nunca lançam chamas, gostam de
comer carne fresca. Só cospem fogo quando estão ameaçados.
O rugido ensurdecedor
deixou bem claro a fúria do animal. Um pequeno impulso e lá se foi o dragão ao
ar novamente. Todos escondidos, o alvo era claramente Idash que se mantinha
firme e imponente como um gigante orgulhoso que era. O animal bateu asas numa
velocidade que desafiava o próprio tamanho em direção ao gigante. Idash se
firmou em posição de batalha e preparou o golpe, porem imediatamente o dragão
alçou o vôo para cima sumindo na escuridão do céu esfumaçado. Alguns segundos
depois, a fera deu um mergulho silencioso na direção do oponente, lançando uma
bola de fogo esmagadora. Idash estava concentrado e habilmente se esquivou da
morte que teria ao ser atingido por aquela monstruosidade de fogo que queimava
até a chuva que caia forte. Agora com o dragão voando baixo, era possível vê-lo
e imediatamente e com uma precisão de um arqueiro lançou o escudo com a força
que tinha na direção do bicho, acertando certeiramente na junta da asa esquerda.
O animal foi ao chão ainda mais furioso e agora com a dor de uma asa
inutilizada. Agora teria que lidar com a fera no chão onde tinha certa
vantagem, porém ainda era um desafio e tanto.
— Me dê tudo o que você
tem fera. Você verá do que é feito um gigante de verdade. – Comentou ao ver a
besta em fúria cair em meio aos escombros que ela mesma produziu.
O animal sacudiu a
poeira a partiu a galopes para mais um ataque feroz contra Idash. A boca se
abriu num bote que o gigante já esperava, mas antes que conseguisse cravar os
dentes em sua barriga, Idash lhe acertou um golpe de espada bem no meio da
cabeça, não o suficiente para cortar a couraça extremamente poderosa, mas
fazendo o bicho recuar a cabeça com o impacto e tão rápido quanto o ataque, o
dragão deu meia volta dando uma chicotada com a calda que pegou em cheio no
gigante jogando-o contra uma casa em chamas que despencou em cima dele com o
impacto.
O fogo do dragão era
poderoso, e queimava mesmo em meio à chuva intensa que ainda caia. O ataque da
fera causou mais dano do que Idash poderia imaginar. Sua cabeça sangrava
enquanto os escombros flamejantes queimavam o seu corpo quase nu. Antes que
pudesse se recompor, uma bola de fogo o atingiu em cheio jogando-o ainda mais
longe. De repente algo parou a trajetória do corpo do gigante, num rompante
seco. Idash estava seriamente ferido e já estava quase perdendo a consciência,
mas quando viu aquele rosto, se forçou a ficar lúcido um pouco mais.
— V-você não devia
estar aqui. – exprimiu Idash em uma fala ensanguentada.
— Você lutou bem meu
amigo. Seu orgulho será honrado. Eu assumirei a luta daqui em diante. – começou
a andar em direção ao dragão – LIBERUM REX. – Saindo das chamas com
determinação no olhar Katro liberou seu poder selado, para recompor uma vez
mais o orgulho daqueles gigantes amedrontados e vingar a derrota do amigo
guerreiro. Uma esfera de Aura roxa
apareceu em seu punho, mas diferente de quando feito em Tantrum a esfera tinha
o dobro do tamanho, rapidamente envolveu seu braço e dali se estendeu
rapidamente até formar uma armadura roxa como uma seda semitransparente e firme
como aço.
O dragão baforou
labaredas pelas ventas, e lançou uma bola de fogo mortal contra Katro que
caminhava firmemente sem se importar com o que vinha em sua direção. O ataque
do dragão o atingiu em cheio causando uma explosão de fogo e morte, mas em meio
as chamas a silueta de Katro ainda caminhava firmemente na direção do animal
descontrolado. A fera começou a bater as asas suspendendo seu corpo do chão até
sumir mais uma vez no céu enegrecido pelas nuvens e pela fumaça. Logo veio um
rasante e uma rajada de fogo que atingiu mais uma vez o gigante de armadura.
— Gigantes são
guerreiros de natureza, e você tenta sub-julgar nosso espírito orgulhoso. –
dizia Katro recebendo todo o fogo do dragão enquanto o via vir em sua direção,
soprando fogo de boca aberta pronto para abocanhá-lo em seguida – Aprenda uma
coisa dragão... – a fera abocanhou o gigante, e num impacto seco, como se
mordesse uma rocha, parou subitamente, os dentes não conseguiam penetrar a
armadura de aura. O punho direito começou a brilhar levemente. O dragão
percebendo o perigo tentou se soltar, mas Katro segurava firmemente a presa da
fera com a mão esquerda. – nem o fogo do inferno pode queimar o orgulho de um
GIGANTEEEEE. – Katro gritou com a ira de todos os gigantes derrotados ali,
dando um soco com um poder extraordinário, esmagando o crânio do dragão em um
buraco cada vez maior pelo impacto do orgulho gigante materializado.
Todos os gigantes
começaram a sair debaixo de escombros admirando aquele gigante sair do buraco
vitorioso.
*E.5.:
Era dos 5
*1793:
ano
*3/2:
6° dias da 2° quinzena
*
VER.: Verão
A GERAÇÃO DE PRAGAS
Parte 24
A
FLORESTA DAS MIL LAGRIMAS
E.5.: 1793, 3/2 VER.
Floresta
das mil lágrimas (próximo do grande reino dos gigantes)
— Tina! – Bis gritou
com a felicidade de uma criança correndo para os braços da mãe. Jogou-se nos
peitos de Tina abraçando-a e esfregando o rosto em seus seios de forma nada
inocente. – Você está ferida, espera um
pouco que eu dou um jeito nisso. – Ao proferir essas palavras, imediatamente os
ferimentos de Tina foram se fechando sem deixar sequer uma cicatriz.
— Como você fez isso? –
Tina indagou ao perceber que não sentia mais dor ou cansaço.
— É fácil! Mas não
conta pros dois ali. – apontou com a cabeça pra Daro e Katro desmaiados no chão
– Vão ficar me pedindo pra curar qualquer feridinha, e isso cansa.
— Biis! –Tina
horrorizou-se com o descaso de Kalebs. O garoto não fazia noção da gravidade da
situação — Eles estavam quase morrendo.
— Morrendo nada, Daro
não morreria assim tão fácil, e eu não gosto do grandão, ele é chato. – Bis se
apressou em se justificar. O gigante que via toda a cena começou a rir. Era um
grupo bastante inusitado esse que o companheiro gigante se meteu.
Antes que Tina pudesse
se apresentar ao gigante benfeitor que acabara de salvar a vida de Daro e de
seu guardião, uma enorme quantidade de água desabou ali perto, o que acabou
fazendo um buraco e espalhando lama pra tudo que é lado. Logo em seguida mais
uma tonelada de água despencou do céu.
— O que foi isso? –
Tina começou a se desesperar. Nunca havia visto tamanha quantidade de água cair do céu. Só vinha a mente uma
cachoeira pelo volume.
— Parece que vai
chover! – Idash falou de forma corriqueira fazendo parecer algo comum.
...
O barulho era similar ao de uma cachoeira, só
que muito mais intenso. Se Idash não tivesse armado sua barraca e abrigado os
jovens, com certeza estariam em sérios apuros. Já durava algum tempo e Idash se
mantinha em êxtase sentindo os espasmos involuntários devido à ajuda de antes.
Todos se mantinham em silêncio, até Bis disparar as perguntas.
— Que tipo de Chuva é
essa? Você também encolhe como o grandão? Porque você o ajudou? – Bis não
aguentou manter a língua dentro da boca. Embora Tina tenha ficado um pouco
constrangida com a naturalidade e informalidade com que Bis perguntou, ela não
interveio já que ela mesma também queria saber tais respostas. O gigante Idash saiu de seus pensamentos com
uma breve risada, ao ver o quão curioso era o pequeno e insignificante serzinho
a sua frente.
— Vocês não fazem a
menor idéia de onde estão não é? – Idash indagou esquecendo um pouco cansaço. Tina e Bis fizeram que não. — Esta é a
floresta das mil lagrimas que rodeia o grande reino de Brokenfel. – disse
abrindo os braços.
— Brokenfel? Estamos no
território dos gigantes? – Tina perguntou perplexa. A não muito tempo estavam
no território mágico.
— Como é que vocês
vieram parar no território dos gigantes sem saber como chegaram aqui? Estamos
quase no meio do território e não se lembram de como entraram!
— Essa é nova pra mim.
O máximo que eu vi Daro conseguir saltar foi umas dez léguas. – Bis comentou
pensativo.
— Vocês estão a muito
mais que isso de distância de qualquer outro território. – Idash reafirmou.
— E você também encolhe
como ele? – Bis continuou com o interrogatório ignorando totalmente a
relevância do que conversavam. — E por que você ajudou ele?
— Eu, me encolher? –
ele riu – Gigantes são gigantes, nós não encolhemos. – Idash encarou como uma
piada.
— Ele encolhe. – Bis
refutou a afirmação do gigante apontando para Katro.
—Quem são vocês? – O
gigante parou de rir e os analisou seriamente por uns instantes.
— Mercadores... de
itens raros. – Tina se adiantou dando uma leve hesitada, mas logo completou com
voz mais firme, antes de Bis falar de mais. Mesmo estando aparentemente muito
distante do território mágico não dava pra saber até onde a notícia tinha se
espalhado.
— Mercadores? – Idash
repetiu olhando para Tina e logo depois voltando o olhar para Bis procurando
por alguma hesitação – E onde está a carga de vocês? – Provocou.
— Infelizmente ladrões
nos encurralaram, e enquanto lutávamos por nossa carga, de repente acordamos
aqui. – Tina se esforçou em ser convincente.
— Ladrões? Fizeram
vocês todos virem parar no meio do território dos gigantes só para tomar a
carga de vocês? – Idash continuou a provocação.
— De certo que
descobriram o valor da carga e contrataram alguns mercenários de Anárquia.
Tínhamos itens raros de todos os territórios, valia uma fortuna. – Continuou
com a versão.
— Ta certo. Não
acreditei em uma só palavra do que você disse, mas tudo bem, se não querem
dizer quem são devem ter seus motivos. – O gigante concordou que era melhor nem
saber, fazendo com que Tina acenasse positivamente com a cabeça — Perto daqui
há uma vila que dizem ser receptiva a pequenos. Vou deixá-los lá, onde o
guerreiro gigante e também o outro poderão receber os devidos cuidados. E de lá
cada um segue seu caminho. – Finalizou com um aceno de cabeça correspondido por
Tina e Bis.
*E.5.:
Era dos 5
*1793:
ano
*3/2:
3° dias da 2° quinzena
*
VER.: Verão
A GERAÇÃO DE PRAGAS
Parte 23
IDASH:
Amigo ou inimigo?
E.5.: 1793, 3/2 VER.
Algum
lugar a nordeste de Brokenfell(grande reino dos gigantes)
O gigantesco homem
seguia viagem montado num enorme quadrúpede, com um bico que se assemelhava a
uma águia e chifres interligados por uma carapaça no formato de uma tiara. Um
estrondo repentino fez o animal parar num rompante. O gigante rapidamente
apanhou sua clava e se pôs em guarda. Ele desceu de sua montaria e começou a
andar sorrateiramente em direção ao barulho. Um barulho daquela proporção era
bom investigar. Um estalar de madeira se partindo antecedeu a queda de uma
enorme galha próxima do gigante indicando que já estava próximo de seja lá o
que for aquilo.
Em meio a uma cratera
gigantesca jazia um enorme corpo todo dilacerado. O gigante correu até ele.
Katro agonizava. O corte no ombro se abriu e alem dele agora tinha um enorme
furo em seu abdômen. Ele agonizava, mas não movia sequer um músculo. – deve ter
tido uma batalha e tanto. E mesmo assim foi deixado para morrer de forma tão
humilhante. Pobre coitado. – Pensou. O viajante o virou de lado e imediatamente
ele cuspiu litros de sangue meio coalhado que o estava impedindo de respirar.
— Se afaste dele agora
mesmo. – gritou Daro moribundo, quase perdendo a consciência enquanto se
arrastava para perto do amigo.
— Um verme como você
ousa dar ordens a um gigante depois do que fez? – vociferou o homem indignado
ao ver um da sua raça naquela situação e aparentemente por causa de um pequeno.
– Vou te esmagar e depois darei ao meu amigo uma morte honrada.
— Você não vai encostar
um dedo sequer nele. – Daro reafirmou o compromisso com determinação.
— Continua a me dar
ordens! Se fosse um gigante eu lutaria com você, mas um verme quase morto não
merece tal honra. – Afirmou o gigante percebendo o estado de Daro. Virou-se
para Katro pronto para dar ao compatriota uma morte digna. Ao sacar sua adaga,
Daro o acertou um golpe nas costelas com o restinho de força que lhe restava
jogando o gigante para longe de katro.
— Você não vai tocar um
só dedo nele. – Mais uma vez Daro reafirmou o compromisso, agora se colocando
entre o amigo e o viajante.
— Isso é coisa de
gigantes. Não se intrometa nisso no que não é da sua conta. – vociferou o
gigantesco viajante inconformado em deixar um gigante ter uma morte tão
humilhante assim. Ao ver a determinação nos olhos de Daro se acalmou um pouco
mais – Muito bem, terminem o seu combate, mas ouça garoto, não ouse deixar
aquele gigante morrer engasgado com seu próprio sangue, acerte o coração. –
Aconselhou guardando a adaga.
— Você não entendeu...
– Daro exprimiu as palavras para fora – Não vou deixar que ninguém toque nele,
e tampouco que ele morra. Ele é meu amigo e não morreria assim tão fácil.
O homem voltou ao
semblante raivoso por um instante, mas resolveu ver o que acontecia. Ele deu de
ombros e apontou para Katro estirado no chão.
— Vá em frente, mas
tenha em mente que se esse gigante morrer, você também morre. – Finalizou o
gigante se sentando para observar ainda com a cara fechada.
— Biiss. – Daro Gritou
chamando o amigo. Imediatamente o pequeno apareceu em cima do peito de Katro,
gerando um espanto no viajante.
— Por que será que ele
ficou gigante dessa vez? – A criança começou a perguntar ignorando totalmente o
estado de Katro.
— Você já conhece alguma
magia de cura? – Questionou Daro ignorando a pergunta de Bis.
— Da outra vez ele não
ficou gigante. – Bis ignorava totalmente a situação.
— Biiss. – Gritou Daro
com seriedade. Bis nunca tinha visto Daro com tamanha determinação.
— O máximo que posso fazer
é uma transferência de dano. O ideal seria um inimigo, mas já que não temos um
no momento posso passar os danos para a outra pessoa. – Terminou sugestivamente
olhando para o viajante que imediatamente segurou no cabo da adaga.
— Faça comigo.
— O que? Mas...
— Biiisss... Muitas
pessoas já morreram por minha causa... Não vou permitir que ninguém mais morra
por mim. Nunca mais. Façaa. – O gigante ficou pasmo ao ver a determinação de um
pequeno em salvar a vida de um gigante. Os pequenos consideravam os gigantes
apenas como armas de destruição há tanto tempo que até eles mesmo achavam que
não tinha propósito em viver sem guerrear e mostrar que eram os melhores em
causar destruição. Ver alguém tão determinado em salvar a vida de um gigante
era quase que inconcebível até pra ele mesmo, e isso o fazia ficar um pouco
envergonhado ao ver outra espécie mais interessada na vida de um gigante do que
um de sua própria espécie. – Quem é esse garoto? – pensou.
— Biiss. – Daro ralhou
mais uma vez – Façaaa.
— O seu corpo vai...
Ficar em pedaços, e nada garante que vai ser o suficiente. – Ao terminar de
falar Katro começou a golfar mais sangue.
— Kaleeeebs. – Daro
gritou mais uma vez com ainda mais determinação a não deixar o amigo morrer.
— Já que você quer
tanto morrer, aproxime se dele e reúna o máximo de mana que conseguir. – Daro se arrastou até perto de Katro e
começou a reunir todo o mana que podia. Bis começou a produzir círculos de luz
envolvendo os dois. Antes que pudesse iniciar o processo, o gigantesco viajante
adentrou ao circulo.
— Seria uma vergonha,
um gigante deixar um de sua própria raça ser salvo por “pequenos” enquanto
observa tudo sem fazer nada. Faça isso comigo também. – Todos se entreolharam
por um instante estranhando a ação do gigante que agora a pouco tentava tirar a
vida de Katro. Bis não pensou duas vezes. Um circulo se formou em volta do
gigante imediatamente. — Meu nome é Idash Karay e não deixarei que esse gigante
morra. – Daro e Bis acenaram positivamente. O processo começou. Daro e Idash gritavam
com a força que faziam para manter seus manas em alto nível e ao mesmo tempo
com a dor que lhes era infundida pelo processo. O buraco no peito de Katro foi
lentamente se fechando enquanto Daro perdia a consciência. O gigante o pegou
com uma mão e o jogou para fora do circulo – Eu assumo daqui pequeno. – Ao
jogar Daro para fora o peso do processo de transferência se focou todo nele,
fazendo-o dobrar o joelho no chão. Idash mostrava muita determinação ao
resistir ao processo. Os gritos eram ouvidos a distância. Tina finalmente
apareceu, havia sido jogada longe e também parecia ferida, mas nem Bis e nem
Idash se deixaram distrair pela sua presença. O gigante se pôs de pé novamente
com muito esforço e determinação. De fato aquele gigante havia lutado muito, e
bravamente para ter ficado naquele estado. Merecia viver e Idash havia dado a
sua palavra. Os gritos se intensificaram assim como a luz emitida pelo circulo
até chegar ao ápice do processo. O circulo se fechou no machucado de Katro,
agora apenas um roxo no lugar de um buraco. No mesmo instante o gigantesco
viajante caiu de joelhos. — Que batalha esse gigante deve ter enfrentado para
ficar nesse estado! – disse Idash com certa empolgação ao sentir seus músculos
tremerem em espasmos involuntários.
A convulsão parou junto
com o processo de transferência e agora Katro parecia Dormir tranquila e
profundamente enquanto Idash ofegava exausto.
— Vamos tomar uma
cerveja e você vai me contar como conseguiu ficar nesse estado meu amigo. –
Disse o gigante se sentando ao lado de Katro ainda adormecido. Seus músculos se
contraiam em espasmos involuntários à medida que o suor escorria pelo seu rosto
provando o tamanho do esforço para salvar a vida daquele desconhecido.
*E.5.:
Era dos 5
*1793:
ano
*3/2:
3° dias da 2° quinzena
*
VER.: Verão
A GERAÇÃO DE PRAGAS
Parte 22
A
INVESTIGAÇÃO DE CALUS
E.5.:
1784, 13/5 PRI.
Reino
primordial (floresta)
Mal
apareceram em um cenário diferente com o teletransporte, e Taram já havia
conjurado um feitiço de contenção que detiveram os movimentos de Daro. Com seus
movimentos selados e longe de Kalebs, logo a fisionomia de Daro foi voltando ao
normal enquanto que sua consciência se esvaia até desmaiar. Taram desfez os selos enquanto percebia que a
aura poderosa que via instantes atrás não mais existia em Daro.
—
Então é assim que funciona na pratica! – proferiu Taram coçando a barba
enquanto observava Daro desfalecido no chão – Parece que temos a ultima chave,
só terei que lapidá-lo para se encaixar nos meus planos.
...
—
Você tem noção do tamanho da briga que vai comprar? Não serão apenas os magos
mais poderosos, serão todos os reinos, grandes e pequenos... Todo o continente
de inimigo. – Indagou Kalebs com um tom desacreditado e intrigado com o que
ouvira.
—
Não se preocupe comigo, o importante é que você cumpra o combinado. E depois,
independente de eu ter sucesso ou não, você terá a sua liberdade. – Calus
respondeu esticando o braço na direção do Darksh.
—
Não vai ser nenhum sacrifício pra mim, e ainda estarei livre no final dessa
história, supondo que eu ainda esteja vivo quando isso acabar não é. Bem acho
que vai mais divertido do que ficar aqui pela eternidade. Trato feito garoto. – Finalizou apertando a
mão de Calus.
—
Obrigado, e desculpe por isso.
—
Desculpar o q... – Antes de finalizar, o Darksh perdeu a consciência caindo no
chão. Não demorou nada e Taram apareceu
novamente no trazendo uma tocha
—
Calus, teve alguma dificuldade para contê-lo? – A voz chegou antes mesmo de se
fazer visível o velho de um braço só.
—
Um pouco sim senhor, mas acabei dando a sorte de ele pisar no colar. –
respondeu com uma expressão de cansaço e satisfação por ter conseguido conter o
Darksh. Parece funcionar muito bem nele – respondeu, vendo que o mago havia
engolido a versão apresentada. E Daro? – Questionou, agora com preocupação na
voz.
—
Está no quarto, descansando. Fique de olho nele enquanto refaço a cela deste
pequeno infortúnio. – Ordenou sem olhar para Calus e com um tom de menosprezo.
Calus
foi caminhando pelos corredores em direção ao quarto de Daro, imerso em seus
pensamentos. “As intenções dele ainda não estão claras o suficiente. Tenho que
ser cauteloso. Tenho que esperar o momento certo”. Passava em frente à
biblioteca quando algo lhe chamou a atenção. Um jovem de aparência agradável,
mas com uma expressão séria, olhando fixamente para o grimório de Taram. Antes
que pudesse observar mais, a porta se fechou num rompante. Realmente muito
estranho, nunca havia visto um visitante sequer.
Naquele
mesmo dia ao cair da noite, Calus caminhava pelo castelo sorrateiramente
escondendo a sua presença como já vinha fazendo há algum tempo. Aquela noite
havia um motivo a mais para suas investigações. O visitante misterioso. O jovem
andava a passos confiantes em direção a biblioteca, de onde vinham vozes.
— As chaves são bem protegidas... – Calus
redobrou a cautela e amaciou ainda mais os passos, para não ser notado – Não
descuide da sua chave, vai ser o ultimo sacrifício.
—
Não se preocupe com isso, manterei sobe as minhas asas até a hora chegar.
—
Acho que seria bom matar a outra criança, além de desnecessária ela viu meu
rosto hoje enquanto eu tentava extrair mais algum detalhe sobre a barreira.
—
Creio que não haja necessidade, posso apagar a memória dele facilmente, e
depois o garoto é promissor.
—
Faça o que quiser contanto que não atrapalhe no nosso objetivo, caso contrário
terei que eliminá-lo.
—
Caso ele se torne um empecilho eu mesmo cuidarei dele.
Calus já havia escutado o bastante da
conversa, era melhor sair dali antes que fosse pego. Agora estava mais claro do
que nunca que suas suspeitas estavam certas, aquele homem não era de confiança
e aquele lugar não era seguro. Voltou
para o seu quarto e se deitou na cama, esperando para ter sua memória alterada.
Depois de algum tempo, a porta se abriu lentamente. Ele fingiu estar em sono
profundo.
—
Viu o rosto de alguém muito perigoso garoto, esqueça e viva um pouco mais. –
Disse Taram em voz baixa para não acordá-lo, lançou-lhe o feitiço e saiu porta
a fora. Ao ouvir os passos se
distanciando, Calus abriu os olhos e retirou a mão que segurava uma pedra azul
debaixo do cobertor. “ainda bem que deu certo” pensou.
—
Que situação complicada você me colocou Doms. – Murmurou dando um suspiro de
cansaço deixando o corpo relaxar a espera do sono.
*E.5.: Era dos 5
*1784: Ano
*13/5:13° dia da 5° quinzena
*PRI.: Primavera
A GERAÇÃO DE PRAGAS
Parte 21
UNIFICAÇÃO
E.5.: 1793, 4/2 VER
Elam(extremo
norte do território mágico)
Baltaz deliberava,
julgava e ordenava de seu trono. Ao lado o gigante, sempre de cara fechada,
juntamente com o homem bem vestido e com a espada dourada na sinta, sempre a
observar. Ele sacudiu a mão esquerda e rapidamente o homem bem vestido abaixou
a cabeça para ouvir a ordem, e acenando que sim com a cabeça em seguida.
— O rei não atenderá
mais ninguém hoje. – O homem discursou em tom alto aos servos que ainda
aguardavam em fila. Todos foram saindo de cabeça baixa, deixando a sala vazia
em instantes, deixando apenas Baltraz e seus pensamentos no local.
Dois toques suaves
antecederam a abertura das portas por seus guardas.
— Já disse que não irei
atender mais ninguém, não disse?– Soltou a insatisfação.
— Creio que o senhor
não recusará atender uma visita vinda de tão longe, lorde Baltraz. – Disse o
viajante de cabelos pretos compridos, olhos claros e postura imponente e
segura, como se o mundo fosse seu. Os dois guardas de armaduras douradas que o
seguiam aguardaram juntos aos outros dois que na porta.
— Claro que não meu
príncipe! – falou graciosamente se recompondo do susto da improvável visita.
Príncipe Victóryus, primogênito de Feygan, senhor do grande reino de Astygan, e
protetor das terras mágicas; seja bem vindo a Elam – Discursou em voz alta, e
finalizou abraçando o viajante.
— Não precisa de tantas
formalidades meu lorde. – Afirmou o príncipe, mesmo sua feição mostrando o
contrário.
— O que o traz a Elam
príncipe Victóryus? – Questionou Baltraz não conseguindo conter sua inquietação
da surpresa.
— Venho trazer uma
mensagem de meu pai. – disse – Espero que não se importe de eu ter mandado
chamar seus conselheiros para tal. – Finalizou sarcástico.
— Claro que não meu
príncipe. – manteve a compostura mesmo diante da visível afronta sofrida –
Vamos indo então para a sala do conselho, não vamos deixar nossos amigos
esperando pela boa nova, não é mesmo. – finalizou conduzindo o príncipe
enquanto pensava sobre qual seria essa mensagem que faria Feygan mandar seu
primogênito em vez de um peregrino-mensageiro ou mesmo um mensageiro, de toda
maneira não parecia nada bom.
Todos se entreolharam
ao ver o príncipe de Astygan entrar na sala do conselho ao lado de Baltraz. Os
dois entraram, enquanto que os quatro guardas opostos pararam na porta, cada um
do seu lado, deixando claro não estarem do mesmo lado. O rei assentou a
cabeceira da mesa como dita a hierarquia, e o Príncipe Victóryus na outra
extremidade.
— O que o traz a Elam
príncipe Victóryus? – Sanvis perguntou casualmente, com toda a cautela,
formalidade e respeito que pode.
— O que o trouxe aqui é
exatamente o motivo dessa reunião... –Baltraz inquiriu antes que o príncipe se
pronunciasse. — Que, diga-se de passagem, também me deixou muito curioso. –
completou – Então Victóryus, qual é a notícia que fez Feygan o expor aos
perigos de uma viagem longa assim só para dá-la pessoalmente.
— Primeiro, devo
agradecê-los nobres membros deste conselho por atenderem a minha solicitação
para esta reunião repentina. – o príncipe começou a falar, sempre demonstrando
firmeza e segurança, e é claro que com um toque gigantesco de superioridade –
Depois, não é bem uma notícia, está mais pra uma proposta; E por ultimo, meu
pai não chegou a me expor a perigo algum já que eu repousei em casas aliadas
pelo caminho, inclusive agora. Praticamente passeei pelo quintal de Astygan! –
Finalizou dando uma agulhada nos Elanianos.
— Certamente. – Baltraz
confirmou sendo visivelmente irônico, mas nada que fizesse mudar a expressão
confiante de Victóryus.
— Agora vamos ao que me
trouxe aqui. – a expressão ficou séria – Meu pai recebeu duas mensagens que o
fizeram tomar medidas; uma de Elam, dizendo que a princesa Tina havia sido
raptada por um forasteiro em conluio com o chefe de sua própria guarda
particular, e é claro que meu pai ficou sensibilizado com a situação, de forma
que ordenou o resgate da princesa e a execução de seus captores; e outra de
Tantrum, que como todos já devem saber, sofreu um ataque deixando-a com uma
baixa significante no contingente e com um prisioneiro a menos, fato que desmoraliza
a reputação de “A maior e mais segura prisão dos cinco grandes reinos”, e
fragiliza a imagem de Astygan perante os cinco domínios. A mensagem falava de
um Gigante, um Trax e uma jovem Maga que Gradian identificou como uma princesa,
que acreditamos ser Tina. – todos torceram o nariz como se fossem se
pronunciar, mas antes que reagissem ele continuou – Que é claro não estava lá
por vontade própria. Sabendo disso meu pai ordenou o resgate da princesa e a
execução de seus captores.
— Agradeço pela preocupação
de Feygan com o bem estar de minha filha. – Baltraz não conseguiu conter a
inquietação – Mas vamos direto ao ponto. Que proposta é essa que seu pai me
enviou? – Finalizou com um olhar incisivo.
— A proposta de meu pai
é uma aliança. – Todos começaram a cochichar entre si.
— Uma proposta de
aliança poderia ser enviada por qualquer peregrino. – Retrucou Baltraz
demonstrando a desconfiança.
— Que maneira melhor de
demonstrar confiança se não vindo eu mesmo. E depois, não é uma aliança entre
Astygan e Elam.
— Como assim? – Baltraz
pôs a mão na espada.
— É uma unificação de
todos os reinos do território mágico. Como eu disse antes, o caminho até aqui
foi como andar no quintal de Astygan. – As palavras fizeram todos na sala
gelarem ao perceberem que estavam totalmente derrotados, o que rendeu uma bela
sensação e um sorriso de canto de boca ao príncipe.
— Que tipo de aliança
seu pai pode querer com Elam se já comanda todo o território? – Questionou
temeroso com voz firme mas ainda deixando transparecer sua preocupação.
— Exatamente... Todo o
território... Que enquanto Elam não estiver conosco, não estará completo. Por
isso é que meu pai propõe um casamento entre mim e a princesa Tina. O herdeiro
de Astygan e a princesa de Elam para formar a ultima aliança de sangue e selar
assim a união definitiva das casas mágicas. – disse retirando um pequeno
pergaminho com o selo do rei e se ajoelhando em seguida – Algo grande está por
vir e o senhor é quem vai decidir se quer fazer parte.
*E.5.:
Era dos 5
*1793:
Ano
*4/2:
4° dia da 2° quizena
*VER:
Verão
A GERAÇÃO DE PRAGAS
Parte 20
O
FUTURO DE TURDÁLIA: Takar começa agir
E.5.: 1793, 4/2 VER.
Turdália(leste
do território humano)
— O mestre mandou me
chamar. – Disse o homem gordo com cara de assustado, aos dois soldados que
faziam guarda a porta da masmorra.
— Lá embaixo. –
Respondeu rispidamente um dos homens entregando-lhe uma tocha, enquanto o outro
destrancava a porta. O rechonchudo homem assustado segurou a tocha com as duas
mãos e respirou fundo antes dar o primeiro passo porta adentro. Ao entrar a porta
se fechou num rompante e o barulho das chaves logo indicou a tranca.
Duas tochas reluziam
indicando o inicio da escadaria. O homem engoliu a seco, ascendeu à tocha em
suas mãos e deu inicio a descida. Quanto mais adentrava, mais espessa a
escuridão e a umidade se faziam. De repente um grito de agonia como se de um
animal sendo abatido que lhe arrepiou até a espinha. Mais e mais degraus,
pareciam não ter fim. Um tinir de ferro batendo começou a ser ouvido cada vez
mais forte. A tocha começou a tremer em sua mão e os passos diminuíram o ritmo
quase como se relutassem em ir adiante.
— Dizem... – a fala foi
interrompida por mais uma batida de metal com metal – Que os “miúdos” enxergam
melhor do que ninguém no escuro. – Finalizou com repulsa na voz.
— Muitos “dizem”... Poucos “sabem”, meu Príncipe. – O homem gordo
quase se cagando, consegue dizer.
— Muito bem dito,
conselheiro Dilga! Então diga-me agora, o que sabe o senhor da comunicação com
os Elfos? Já faz meses... – e mais uma vez a fala é interrompida pelo barulho
agora com um grito de agonia de alguém apunhalado. Dilga deu mais um passo e
estendeu a tocha que logo revelou o príncipe ensanguentado, rodeado de Anões
abatidos – Que eu lhe dei essa missão. – Finalizou retirando a espada pintada
de vermelho, do corpo do Anão sem vida.
— Então você conspira
com os orelhudos! – ecoou uma voz grave e ofegante – Eu devia ter imaginado –
Dilga chegou mais perto deixando a luz revelar o pequeno e robusto Anão. No
mesmo instante ele franziu o sobrolho com o desconforto da luz, e deu uma
cusparada de sangue, deixando evidente o quanto já havia sido surrado.
— Não se atenha pela
presença desse rato conselheiro Dilga. Qual a situação da comunicação com os
Elfos? – Voltou a questionar o homem gordo agora aterrorizado com a cena, e
ignorando totalmente o Anão moribundo.
— E ainda age com
superioridade. Não vai demorar muito até o rei Tharandir descobrir a sua
traição, e ai... Bem, você será massacrado por “ratos”. – disse partindo para
cima do príncipe com ira nos olhos, mas antes que pudesse esboçar um golpe a
espada do oponente já lhe atravessara o peito, fazendo-o cair de joelhos no
chão – Só lamento não poder ver a sua queda! – Foram as ultimas palavras do
anão antes da vida deixar seu corpo.
— Dilga, pensei ter
dito para você me relatar sobre a missão que eu lhe dei. – Repetiu mais uma vez
o príncipe banhado de vermelho.
— Já é muito difícil
conseguir algum mensageiro que consiga passar por Anárquia sem problemas, e
ainda tem a questão dos Druidas que cuidam das fronteiras Elficas não
permitirem a entrada com as suas magias que fazem os mensageiros se perderem e
muitos sequer conseguem voltar. – Dilga tentou se explicar o máximo que pode.
— Em suma, você não
consegue cumprir a missão que eu lhe incumbi. – O príncipe corrige limpando sua
espada na roupa do conselheiro e o olhando de forma sugestiva.
Passos começaram a
estalar escada acima. Três... Quatro... Não, cinco pessoas pelo menos. Os olhos
do conselheiro começavam a transparecer o medo aterrorizante que sentia. Logo a
luz de tochas se aproximando se fizeram visíveis, e em seguida quatro outros
homens apareceram descendo a escadaria em direção ao príncipe e Dilga, e logo
atrás os escoltando, dois guardas.
— Que bom que todos
atenderam o meu chamado! Vamos conversar um pouco sobre o futuro de Turdália.
*E.5.:
Era dos 5
*1793:
ano
*4/2:
4° dias da 2° quinzena
*
VER.: Verão
A GERAÇÃO DE PRAGAS
Parte 19
UM
RIVAL APARECE
E.5.: 1793, 3/2 VER.
Algum
lugar a noroeste de Tantrum
Uma
flecha cortou o ar em direção a têmpora do comandante, fazendo-o desviar a
letalidade do ataque com um movimento suave e fluido da lâmina que empunhava.
—
“O trunfo não juramentado” – pronunciou em voz alta – Fez bem em desviar com a
espada ao invés de usar a mão. – falou o arqueiro com uma expressão bastante
confiante a direita do comandante, enquanto o estalar de arvores sendo partidas
ao meio pela flecha continuava – Sempre tive curiosidade para saber se o
comandante de Tamtrum é realmente tudo o que dizem. – Finalizou passando a mão
sobre o cabo das flechas em sua aljava como se planejasse atirar mais uma vez.
Ao segurar em uma flecha e tentar sacá-la da aljava, um homem magro de
vestimenta marrom que cobria o corpo por inteiro e uma mascara de ferro
retorcido escondendo a identidade, impediu o movimento e sussurrou algo em seu
ouvido, fazendo-o recuar com a ação.
—
Quem são vocês? – Gradian se apressou em questionar – Como ousam interferir em
minha caçada. – Vociferou com autoridade, atônito por ter sido pego de surpresa
daquela forma.
—
Meu senhor... É o senhor quem está atrapalhando a nossa missão. – Respondeu o
arqueiro sinicamente.
—
Quem são vocês? – insistiu – E que missão seria essa?
—
Não temos nome meu senhor, pois não existimos. Três mortes e um resgate foi a
missão dada, missão essa que será cumprida. – Respondeu com um sorriso falso no
rosto.
Gradian
percebeu o ataque e imediatamente lançou sua espada carregada de aura rumo a
sua presa gerando um estrondo e uma onda de choque seguida de raios e tremores
devido ao impacto. O arqueiro imediatamente sacou uma flecha e a disparou quase
que na mesma direção. — Morte numero um... Completada. – Disse, agora com um
sorriso diabólico no rosto deixando transparecer a satisfação em tirar uma
vida.
...
O
homem magro e de vestimenta marrom, voava em direção a Tina. Sua mascara
perturbadora de ferro retorcido, tornava a cena ainda mais sombria e aterrorizante.
Imediatamente Bis estalou os dedos e o circulo que os separava começou a pulsar
repetidas vezes, porem o homem parecia simplesmente passar através da onda sem
ser afetado. Quando poucos centímetros o separava dos jovens, uma espada
escarlate passou cortando o vento entre eles e o homem magro, fazendo-o cessar
o ataque imediatamente. A espada se cravou no chão ainda tão carregada de aura
que filetes de energia em forma de raio saiam dela. Após um segundo de espanto
com a interrupção, o homem se dispôs a prosseguir com a missão, porem
interrompido novamente por uma onda de choque agora vinda da espada. A onda fez
o homem saltar repetidas vezes para traz, ao mesmo tempo em que empurrou os
jovens em cima de Daro que ainda fazia pressão no circulo de luz, não se dando
o luxo de desviar o foco por um segundo sequer. O circulo de luz que Daro
pressionava começou a se distorcer com a interferência súbita da aura do
comandante na espada. A onda de choque gerada pela aura contida na espada
continuava a empurrar os jovens contra Daro ao mesmo tempo em que distorcia o
circulo que ele quase não conseguia mais controlar.
Uma
flecha cortava o ar em direção as costas de Daro já quase inconsciente.
—
Protectum – Um escudo apareceu com as palavras de Katro também muito debilitado
se forçando a ficar de pé frente ao golpe. Um estalar de escudo estilhaçado
soou assim que a flecha atingiu o escudo, atravessando-o e cravando no abdômen
do gigante e o empurrando ainda mais em cima dos amigos e de Daro. Num instante
todos foram engolidos pelo circulo de luz, que desapareceu em seguida deixando
nada além de gotas de sangue onde antes o gigante recebera o golpe.
...
Gradian
ia com tudo para cima do arqueiro, mas interrompeu o ataque assim que a
presença de suas presas desapareceu. Logo ele mudou a rota e foi de encontro a
sua espada ainda cravada no mesmo lugar e expelindo alguns pequenos filetes de
energia.
—
Então a sorte continua do seu lado não é mesmo senhor Trax. – sussurrou Gradin
empunhando mais uma vez sua espada escarlate. Apontou-a para o homem magro que
ainda permanecia ali. – Rastreadores que não existem e não tem nome! Então caso
desapareçam não fará a menor diferença... Não é mesmo? – Ironizou Gradian
voltando o fio da espada aos sem nome.
—
Gradian At’Aros; comandante da maior prisão dos cinco grandes reinos apesar de
não juramentado; caçador implacável; herdeiro da espada escarlate do general de
prata, minhas sinceras desculpas pelo mau comportamento do meu aprendiz. – se
pronunciou o homem magro com calma diante do comandante – Eu o admiro e
acompanho o seu desenvolvimento desde o seu alistamento em Tantrum, e embora eu
fosse apreciar desafiá-lo, a missão é prioridade e espero sinceramente que o
senhor não interfira novamente, caso contrário, terei que... – Antes que
finalizasse a Gradian partiu os dois ao meio com um único golpe, entretanto os
corpos que caíram sem vida no chão não eram os deles.
— Isso está ficando muito interessante! –
Pensou Gradian em voz alta com um sorriso de excitação enquanto olhava os
corpos no chão.
*E.5.:
Era dos 5
*1793:
ano
*3/2:
3° dias da 2° quinzena
*
VER.: Verão
A GERAÇÃO DE PRAGAS
Parte 18
RASTREADORES
E.5.: 1793, 3/2 VER.
Algum
lugar a noroeste de Tantrum
Os
primeiros raios de sol começavam há anunciar o dia. Tina despertou de seu sono,
passeou os olhos pelo ambiente a procura de Daro. Não estava ali. “Será que
ainda não retornou” pensou. Katro e Bis ainda dormiam profundamente. Ela se
levantou com cuidado para não acordar os dois.
A
luz lhe incomodou os olhos de inicio ao passar pela porta, mas logo as pupilas
se ajustaram ao sol da manhã que iluminava o ambiente, revelando a beleza do
lugar que só agora pudera reparar. Várias plantas estranhas, mas lindas a sua
maneira. Algumas com folhas enormes e de cor azul, e outras com as folhas ainda
maiores e com flores amareladas.
Daro
jazia perdido em seus pensamentos, sentado em uma rocha coberta de musgo,
coberto pela sombra das árvores e o cântico dos pássaros.
Passos quase imperceptíveis
Tina
foi chegando de fininho e se escondeu atrás de uma árvore ao ver Daro de
costas. Não queria incomodar os pensamentos dele, mas sentia em seu coração que
devia. Desde que o conheceu em Elam, tudo o que ela via nela era um rapaz muito
bonito, sempre alegre e decidido, e que mesmo em situações de perigo ele dava
um jeito de fazer alguma piadinha.
—
Não precisa se esconder Tina. – Daro pronunciou com a voz ainda meio abatida,
mas visivelmente mais conformada. Refletira a noite inteira e chegara a uma
conclusão.
—
O que me denunciou? – Questionou toda sem jeito e envergonhada, saindo de trás
da árvore.
—
Seus passos quando estava há uns cem metros... – disse – E o seu cheiro, de
rosas do campo, quando estava a uns vinte metros. – finalizou esboçando um leve
sorriso fazendo Tina corar de vergonha com o último comentário.
—
Está tudo bem? Você não voltou ontem, fiquei preocupada. – Indagou se sentando
ao lado de Daro.
—
Tá... Tá sim, tudo bem. Obrigado por perguntar. – Daro respondeu voltando os
olhos verdes esmeralda para Tina com o mesmo sorriso de leve, fazendo Tina
avermelhar ainda mais.
—
Então... O que vai fazer? Digo... Com relação à Calus. – Se arriscou a
perguntar mesmo com um pouco de receio.
—
Bis!... O que foi que ele contou pra vocês?
—
As mortes, o seu pai petrificado e o roubo do grimório. – Respondeu abaixando a
cabeça se lamentando pelo ocorrido.
—
Só tem uma coisa a fazer... Encontrá-lo.
—
E depois?
—
Não sei... Sinceramente, eu não sei o que vou fazer depois. –suspirou – Minha
cabeça diz para levá-lo de volta para ser julgado; todavia meu coração se nega
a aceitar que ele seja um assassino e traidor, de todo jeito eu só sei que
tenho que achá-lo, antes do pai. Ele é meu irmão, sei que faria o mesmo por
mim. – Respondeu gesticulando com as mãos.
Tina
segurou uma das mãos delicadamente e o olhou nos olhos.
—
Eu também tenho um irmão mais velho. – disse segurando a mão de Daro suavemente
ainda de cabeça baixa – Sei que a decisão que você está tomando é muito
difícil; mas saiba que eu vou estar com você, seja qual for a sua decisão. –
Ela levantou as vistas. Daro a olhava fixamente, e só então percebeu que havia
falado de mais. Suas bochechas rosaram na mesma hora, mas antes que pudesse
esboçar qualquer reação a vergonha, ele se aproximou encostando os lábios nos
seus.
...
Gradian
dara início a caçada floresta a dentro. Qualquer rastro, pista, cheiro ou
anormalidade; nada passava por ele despercebido.
Mais
a frente uma clareira. Anormalidade. Areia? Enquanto ia se aproximando ia
ficando mais claro o contorno circular. Não sabia o que tinha acontecido ali,
mas com certeza aqueles três tinham algo a ver com aquilo. Um pequeno círculo
no centro de toda aquela areia ainda detinha o verde de outrora. O que terá
acontecido aqui? Pensou. Magia com certeza, mais ainda sim muito estranha.
Um rastro.
Apenas um.
—
Alguma coisa aconteceu aqui, com certeza. – disse passando a mão sobre uma
única pegada na grama do círculo menor – Noroeste então! Prepare-se garoto,
dessa vez não terei misericórdia. – Finalizou serrando o punho como uma
promessa, rumando na direção de sua presa.
...
Daro
e Tina se beijavam. Uma mão apalpava o peito enquanto a outra, a cocha. Tina
suspirava ofegante com o coração acelerado entre beijos e apalpes. O primeiro
estrondo; o segundo e o terceiro logo em seguida, assustaram os dois no clima
quente.
—
O que foi isso? – Esboçou Tina com o susto e ainda ofegante.
—
Pelo visto aqueles dois acordaram! – respondeu Daro se recompondo – Melhor
irmos acalmar as coisas por lá, antes que aqueles dois idiotas chamem ainda
mais atenção. – Finalizou e saiu correndo puxando Tina pelo braço.
O pequeno casebre já
estava em pedaços, e uma poeira fina ainda se mantinha no lugar. Katro se
esforçava para manter a armadura de aura no braço esquerdo enquanto atacava
Bis, que desviava facilmente dos ataques. A ferida do ombro direito de Katro se
abriu, umedecendo as tiras de pano em seu ombro e tornando o vermelho ainda
mais vivido que antes.
—
O que vocês estão fazendo seus idiotas? – Gritou Tina ao chegar correndo e ver
a situação em que a casa ficou. Katro parou o ataque seguinte de imediato ao
ouvir a voz dela.
—
Tina! Onde você estava? Você está bem? Eu pensei que... – Katro tentou se
explicar.
—
Viu só! Eu disse que não fiz nada. – Bis provocou, gerando um desconcerto ainda
maior em Katro.
—
Seu ombro... – Lamentou Tina ao ver a situação da ferida mais uma vez aberto
pelo esforço demasiado.
—
Não foi nada. Estou be... – Engasgou com a repuxada de dor.
—
Bis, me ajude a pegar as coisas pra sairmos logo daqui. – Ordenou Daro,
revirando os escombros que restara.
—
Mas por que eu? Foi ele que começou. – Resmungou. Enquanto Tina retirava as
tiras de pano com cuidado para olhar a ferida de Katro.
—
Anda logo. – Ordenou Daro sem dar ouvidos ao resmungo.
—
Taaa. – Bis resmungou uma última vez antes de ir ajudar Daro que já revirava os
escombros atrás de suprimentos para a partida.
...
Gradian
corria pela floresta, sempre rumo a noroeste, sempre sério e concentrado. A
bagagem nas costas pareciam nada diante da velocidade que infligiam suas
pernas. De repente ele parou, fazendo a bagagem bater na armadura de caça a
qual vestia. Um barulho. Rapidamente ele subiu numa arvore para expandir o
campo de visão. Longe dali uma sombra de poeira “provinda do barulho de agora
pouco”, pairava alta.
—
Achei vocês! – Pensou o comandante em voz alta, pulando da árvore logo em
seguida apressando ainda mais o passo, com um sorriso maléfico no rosto.
As
passadas aumentaram de forma extraordinariamente rápida, de modo que em poucos
minutos já poderia avistar a presa. Logo à frente; só mais um pouco. A
distância já estava tão curta que fez Gradian sacar sua espada.
...
—
Todos prontos? – disse Daro com a bagagem já nas costas – Então vamos indo,
antes que alguém apareça. – Finalizou fazendo frente à caminhada, lenta, devido
ao estado de Katro, mas logo sendo interrompido por um estalar misturado ao
barulho de arvores caindo ali perto. Todos voltaram os olhos para traz
rapidamente com o susto do barulho repentino.
—
Droga, já nos acharam! – Bis pensou em voz alta – Daro?
—
Nem olhe pra mim, eu não fiz nada dessa vez! – se apressou na defesa – Devem
ter sido atraídos pela bagunça que você fez. – Acusou gesticulando com as mãos
diante dos escombros que restaram no lugar. Bis deu de ombros com a acusação.
—
Enfim... Você consegue fazer de novo? – questionou – Só que dessa vez
precisamos ir muito mais longe. – Completou com tranquilidade. Em seguida
vários rastreadores foram aparecendo um após o outro fazendo o cerco.
—
Fazer o que? – Tina entrou na conversa quase em desespero ao ver os
rastreadores cercando-os.
—
Você sabe que eu vou ficar inconsciente se eu tentar aquilo de novo, não é? –
Daro respondeu Bis ignorando totalmente o questionamento de Tina. Enquanto
isso, um homem de corpo esguio e com uma marcara de ferro retorcido se
aproximava com naturalidade.
—
Passou pela minha cabeça.
—
E se não der certo você sozinho vai dar conta da situação?
—
Daro... Acho que se não tentar, não daremos conta da situação nem todos juntos.
– Finalizou Bis com temor nas palavras ao ver aquele homem magro se aproximar.
O homem parou frente aos jovens com a mesma naturalidade com que caminhava.
—
Entreguem a princesa e eu dou a minha palavra que suas mortes serão rápidas e
indolores. – Disse o homem com uma voz grave e abafada pela mascara de ferro,
estendendo a mão em seguida.
—
Bis... Consegue ganhar algum tempo? – Daro sussurrou para o amigo, recebendo um
aceno positivo de cabeça como resposta.
No
mesmo instante Bis estalou os dedos fazendo um pequeno circulo de luz
separando-os dos rastreadores. Logo depois ele estalou os dedos novamente e o
circulo se expandiu como uma pulsação até a extremidade do cerco, transformando
tudo em areia. Só o que restou foi o pó, mas antes mesmo que a poeira abaixasse
os rastreadores se materializaram no mesmo lugar, bem como o homem magro com a
mão estendida dando mais um passo a frente.
Daro
se esforçava para fechar o circulo de luz que desenhava no ar com dois dedos.
Ao fechar o circulo ele posicionou sua mão com a palma empurrando o centro do
circulo com toda a força que tinha. O desgaste da ultima viagem agora se fazia
visível diante do esforço exibido nas veias sobressaltadas que se entendiam do
seu braço até a sua testa. “não vou conseguir muita coisa desse jeito” Daro
pensou.
—
Tina, traga Katro para perto de mim e fique aqui próximo. – Daro conseguiu
exprimir para fora da boca com muito esforço. Tina se apressou com Katro
escorado nela em uma situação não muito boa.
De
repente o homem magro saltou para cima, por um instante parecendo voar de
encontro a Tina.
*E.5.:
Era dos 5
*1793:
ano
*3/2:
3° dia da 2° quinzena
*VER.:
verão
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