Total de visualizações de página

sexta-feira, 11 de maio de 2018

A GERAÇÃO DE PRAGAS


Parte 28

PEQUENO GIGANTE

E.5.: 1793, 7/2 VER.

Vila das 3 pilastras (próximo do grande reino dos gigantes)


Um clima sério e meio triste pairou sobre Katro por uns instantes, então ele se levantou sem dizer uma única palavra e saiu tenda a fora deixando o velho Guros ajoelhado no chão.
A vila embora muito destruída já começava a parecer habitável novamente. Apesar de ser uma vila relativamente pequena, era a primeira vez que Katro via aquela quantidade de gigantes. O único gigante que conhecia era seu pai, era de se esperar que ficasse impressionado. Mais a frente havia um cercado onde a criação de mamutes da vila pastava serenamente como se nada tivesse acontecido. Ele escorou na cerca perdido em seus pensamentos, admirado com a beleza de sua terra natal e como era injusto não ter tido a oportunidade de crescer com aquilo, no meio de seu povo.
— Então você é um príncipe? – disse Bis se fazendo visível sentado na cerca ao lado de Katro – O que aconteceu? Por que seu pai não quis ser o rei? – Disparou a perguntação antes mesmo que o gigante se recuperasse do susto.
— Filho da puta. – o gigante se irritou e imediatamente agarrou o pequeno apertando-o com a mão direita – Então estava bisbilhotando é? Agora você vai pro inferno. – Finalizou arremessando o pequeno Bis para o horizonte como uma lança, fazendo o pequeno bisbilhoteiro sumir ao longe.
— Não devia fazer isso com o pequeno!
Katro se virou de repente com a voz vinda de trás de si. Mhrisnova assistira toda a cena.
— O que você tem a ver com isso? – Perguntou ríspido demonstrando que não queria companhia.
­— Ele ficou ao seu lado o tempo inteiro enquanto você esteve desmaiado e até foi procurar as ervas que precisamos para te tratar.
Katro se manteve calado com o olhar no horizonte.
— Eu não sou como o meu avô, não dou a mínima pra você ser o príncipe... – o comentário rendeu um olhar exasperado de Katro – Eu não o seguiria apenas por ser filho de quem é.
— Você não me conhece; não sabe quem eu sou; nem você, nem seu avô, e nem ninguém aqui sabe nada sobre mim. – Katro finalizou rude como sempre, dando as costas à Mhrisnova.
— E pelo visto nem você mesmo sabe quem é. ­– Ele interrompeu a passada por um segundo, mas depois foi embora sem dizer nada.

Daro jazia desacordado num leito. Sob sua testa tina punha um pano húmido que acabara de torcer.
— Acorde Daro! – Exclamou num supiro.
— Como ele está hoje? ­– Perguntou Mrisnova ao inrromper a tenda.  Tina fez que não com a cabeça.
— Ainda sem nenhuma reação. Ele sofreu muitos danos mas já era pra ter acordado.
— A quanto tempo ele está assim? ­– Mrisnova ainda não tivera tempo de perguntar sobre o grupo ou o que os havia levado até alí.
— Quatro dias.
— Ele deve ter tido uma batalha das boas pra ficar desse jeito. – Disse Mrisnova com uma ponta de inveja, mas receio de perguntar sobre.
— Nova, o chefe mandou te chamar. – Informou um jovem gigante à entrada da tenda.
— Já mando trazerem alguns remédios. Serve pra nós gigantes, deve fazer algum efeito no pequeno. – Mrisnova ascenou para Tina com a cabeça. Ao sair esbarrou com Katro. Os dois se entreolharam por um segundo e ela seguiu seu caminho.
Katro adentrou a tenda. Tina tentava uma magia de cura sem sucesso.
— O desgraçado parece não querer acordar. – Katrou falou ainda ríspido com o pensamento nos fatos de mais cedo, gerando um suspiro de cansaço de Tina. – Vá descansar um pouco princesa.
  Se ele acordar você me chame na mesma hora.– Ela instruiu ao sair bocejando de sono.
Katro observava atensioso a Daro. Parecia dormir tranquilamente apesar de tudo. Como se estivesse num daqueles sonos de depois de uma noitada regada a muita bebida e mulheres.
— Idash me contou do que você fez. Desgraçado, como ousa me humilhar daquela forma e ficar dormindo assim pra não prestar contas?– O orgulho falava, mas os olhos brilham húmidos.
Idash rompeu a entrada, todo enfaixado e escorado em uma muleta.  Ele percebeu o sentimento de Katro, mas decidiu ignorar para manter a integridade do irmão de batalha. No mesmo instante Katro se fez gigante orgulhoso e inabalável se recompondo.
— Estamos diante de um gigante de alma.– disse Idash, se sentando ao lado de Katro e servindo cerveja ao amigo.
— Deverás meu amigo, um pequeno gigante. – Katro concordou ergendo a caneca recebida num brinde ao desacordado. Idash repetiu o gesto e beberam tudo num gole como um brinde de gigantes deve ser.


*E.5.: Era dos 5
*1793: ano
*7/2: 7° dia da 2° quinzena
* VER.: Verão

Nenhum comentário:

Postar um comentário